segunda-feira, 15 de julho de 2013

Trocas silenciosas

 
 
 
 
Apenas um gesto
para tua mão de macho
apenas uma palavra
para meu olhar de fêmea
apenas o humano
que nos acolhesse
e dois universos
mudariam para sempre
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
Arte by Jack Vettriano 
 
 
 

Mar de levezas

 
 
 
 
 
Busco esse olhar nascido
das ondas de minhas lembranças
água, quentura e aconchego
palavras mágicas em minha criança
futuro , presente, passado
mergulho 
só onde encontro pouso




Adriane Lima



 
Arte by Zena Hollaway

Infinitudes

 
                        
 
                                     ( Para meu filho Gabriel )
 
 
 
Nossos olhos se entendem
diante a primeira erguida
de sobrancelhas
nossos braços se estendem
diante a primeira busca
assim somos nós
longe,nunca distantes
somos unidos não só
pela lógica da genética
mas, de alma para alma
somos o pressentimento
ante a chegada
minha gratidão por ti
vem além dessa jornada
sou mãe pelo universo
és  filho pela tua imensidão
o caminho nos presenteou
com o verão de janeiro
dali seguimos juntos
hoje longe
porém, inteiros
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
Arte by R. Olbinski 

Intenções líricas

 
 
 
 
Eu era a musa
a dona dos poemas
e das canções
eu era a rima
e rimos e ríamos disso
eu era o verso
o avesso 
e o viço
do desejo
um dia poemo
no outro
sou tudo isso
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
arte by  Rafal Olbinski

A corda da vida





Diariamente teu olhar
se volta ao teu umbigo
adornado por um piercing

deve ser o tal do ego inflado
que Freud se pôs a explicar
abertura de vida e morte
eu te carrego e te reflito

colocastes estrelinhas de brilhantes
em teu céu umbilical
o cordão que hoje ata
o teu mundo fascinante
te alimenta muito mal



Adriane Lima  





Arte by Fidel Ponce Ccana

O mar de estrelas mortas

 
 
 
 
Pensei em uma magia matinal
acordar e não ser eu
olhar-me no espelho
e ter suspiros e sossego
 
o peito altivo
guardando palavras doces
o hálito adocicado
pelo mel do último beijo
 
não haveria insônia
nem mágoas
nem guerras internas
 
nem mistérios a desvendar
seria a vida nua e crua
e eu acima dela
 
desfazendo meus dias pesados
abrindo os braços para aceitação
reiterando a morte diária
 
frente ao espelho de mim mesma
retinas mudas
boca sem brilho
 
sem revelar contentamento
apenas retirando a poeira da poesia
curando a realidade
sem licenças
sem medidas
nada poético
 
apenas amanhecendo outra
num dia de infinito
a aceitar o caos
 
há estrelas mortas repousando
a anos luz daqui 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
Arte by Omar Ortiz 
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