segunda-feira, 1 de abril de 2019

Ácida ressurreição



A poesia é o barro onde me moldo
criando formas disformes
onde posso:
sair do eixo, cair do abismo, silenciar o grito,
sentir calor no gesto de frieza do amigo,
chorar minhas inércias e fracassos,

Na poesia, sei reconhecer minhas preces
salvar minha pele, voar de pés no chão
com ela, visito meu sol interior e retenho
uma luz particular onde repouso minhas
mais íntimas loucuras
e a mansidão de todas as aparências
que me enganaram uma vida inteira




Adriane Lima




Arte by 
Christiane Vleugels 
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