quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Arranha céu de meu chão

                                                                                 
                                                     (Para Manoel de Barros )



Não sou poeta do pantanal
mas, aqui de meu quintal
aprendi a olhar insignificâncias

Meu cão e companheiro
sobrevoa ligeiro
querendo uma ave alcançar

sei que já é fim de tarde
pois já sentou-se
em uma antena
a ave pequena
antes de seu
ninho habitar

olho a tartaruga
que tenho em
um aquário
e nesse espaço
reduzido entra
meu imaginário
e tudo começa
a se modificar

gestos simples
que dão o recado
não para o homem
que corre apressado

mas para o poeta
que no meio
de suas tarefas diárias

sente o zunido da abelha
nas flores de um gerânio pendente

pressente os bichos
e vê pouca gente

e assim viaja
o delírio do verso
o aceno do verbo

Manoel, como em tua poesia
aprendi a resignificar
e usar as palavras para compor
meus silêncios

e brincar de poesia
quando estou a trabalhar

estou aprendendo arranhar
os dedos com outros olhares


 
  Adriane Lima





Arte by Ognian Kosmanov  

Flor da solidão II






Respirei fundo
ao ver do meu jasmim
flores caídas após a chuva

o que salva e o que derruba
seguem a mesma estrada


Vida é dor delicada

 




Adriane Lima







Imagem retirada da Net

No ar ...








Hoje notei que sou igual Brigite Bardot
um ar blasé de filme antigo
cenas assim me vem a cabeça
quando estou a perigo...


Adri Lima
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