terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Voo insólito




Um passo, um pouso
fiapos de frases
restos de ideias
fluxo de palavras
buscando equilíbrio

poeta se vê
em corda bamba
na vertigem
de um desejo permanente

paixão que leva
ao dolo
feito grafite na parede


o proibido é liberto
quando o poeta 

se vê no amor
o que era o branco do papel
passa a ser
seu desejo cristalino
 

capturando instantes
de felicidade
gerando o rebento
de um futuro ansiado

andar de mãos dadas
e olhos vendados
sobre um muro

sincronizando
a dança dos anjos 

e profanos

para o salto
basta
escolhermos bem
o abismo

asas  já temos




 


Adriane Lima





Arte by Dorina Costras 
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