Há uma mariposa
negra no
teto
buscando luz
há a percepção
de meus olhos brandos
cheios de boas intenções
permeando os caminhos
entre o discernimento
do que seria para ela a morte
ou a minha saída desejada
abro as janelas
mas, ela prefere se atirar
ao calor da morte
ao que o destino supôs
ser a bela visão paradoxal
de meu lirismo tóxico
por amar a imensidão
ou a empáfia
da escolha entre liberdade
e luta vã
não há como negar
o involuntarismo em asas
de um impulso fatal
como os joguetes da vida
lá fora flores
botânicas saídas
e ela presa não percebe
escolher a morte
assim vencida
segue em direção
aquilo que
acredita ser a vida
Adriane Lima
Arte by Christin Scholoe