Entorpecida borboleta remontada
pousou em flores carnais
carnívora ideia que apavora
os restos de ávidos mortais
Casulo envolto em teias
presa a argumentos banais
pobre borboleta vive a esmo
descobriu que já não voa mais
O azul de penetrante intensidade
paira no silêncio das manhãs
onde as horas são atalhos
recheados de indelicadezas vãs
e assim nessa frieza
borboleta não consegue mais falar
Tateante, mansa e sonolenta
abriu as asas para se olhar
acreditando no que outrora havia
em seu universo levitou
buscando forças
entre o céu e o mar
Saíra antes do casulo ???
gotas de chuva amoleceram seu escudo
corpo frágil, lento e vagabundo
pedindo a ela forças para levantar
Borboleta teve seus desejos dissipados
perdeu asas entre o sonho e o despertar
não amanheceu, sucumbiu-se ao silêncio
das luzes envoltas ao luar
das luzes envoltas ao luar
Adriane Lima
Arte by Dorinas Costras
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