segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Cadenciadas formas de dizer : eu te amo

A moça tinha um coração acostumado
a abrigar outros corações
que como o dela fossem vazios de expectativas.
Corações que buscavam luzes diferentes
que abrigassem flores despetaladas
pássaros de asas quebradas
e outras dores da vida que poucos dão importância.
Mas, a maioria das pessoas achava aquilo um erro.
Como pode uma moça abrigar corações, curar feridas e depois deixa-los partir?
As pessoas querem possuir
aquilo de que se aproximam,donas da verdade se curam de causas e sintomas.
Deixando tudo para trás.
Mas, a moça não.
Ela sabe o gosto infinito da liberdade
de saber-se cuidar a distância
atravessando nuvens e imaginando luas
ela sabe lidar com a efemeridade do tempo
da incerta força do amor e suas pluralidades.
E por isso a facilidade de se reiventar a cada manhã
desviando da patética camuflagem que muitos acreditam esconder-se tão bem.
A inexorável escultura do tempo ,esculpiu nela
corpo de mulher e alma de menina e por isso
atravessava sempre as gigantescas dunas da aridez humana e se desviava dos olhos das aves de rapina que a seguiam em voos distantes.
E a moça mesmo indo contra a correnteza , preferiu seguir seus próprios passos.
Pouco importava quem desconhecia tudo isso e foi viver quem sentia proximidades com seu coração.
E ele?...ele mal sabia o tamanho do espaço que lhe fôra aberto,era como se ele sendo uma ilha agora fosse imundado de intenso mar.


Adriane Lima 


arte by Maja Vucovick

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