Poema para o ano da serpente
Dias seguem
coleciono sonetos
rabiscados em um caderninho
de segunda mão.
acostumei a guardar
nas gavetas do amanhã
os meus fracassos
tudo que inicio e não termino
ouço Cartola e sinto
combinar com meu momento
ao citar:"o mundo é um moinho"
e nessas incertezas da vida
e do amor,vou acreditando
no destino ou me culpando
pelos vazios internos
mas não há nada escrito
e o ano é tão novo que
bordo palavras ao som do improviso
e brinco de ser feliz
não,não vou contabilizar nada
nem vitórias,nem fracasssos
nem vou queixar-me aos quatro ventos
internamente,sei os olhos
do abandono,reconheço seus donos
prefiro me lembrar dos olhos da menina
que sempre no início de ano
se alegrava em sair para escolher o
material escolar, escolhia seus lápis
de cor e abraçava os livros
na certeza de ali encontrar felicidade
Adriane Lima
arte by Bruno di Maio
Nenhum comentário:
Postar um comentário