Passado a limpo
Não espalhe as nódoas
de teu amor ressentido
talvez houvesse flores
entre teus medos escondidos
não jogue aos sete ventos
um novelo de açoites
mesmo com todo silêncio
em tua sombra eu pressinto
o sal ,o desgosto,
o ataque do bicho faminto
de mágoas eu entendo,
me perguntes
eu não minto
estreitos dias de rotina
em que contarias nos dedos
o sorriso já extinto
mas hoje de teus lábios
saem arenosos rancores
onde sonhos adormeceram
eu sigo, tirando a poeira
do caminho ,amansando o tempo
e então penso com alívio
que o abismo que nos separa
poderia apenas ser a poesia
buscando a força nas palavras
e a fragilidade na ação
já que nunca me perguntastes
onde o verbo mora
se pudesse te diria
que é em outra dimensão
não me sigas se lá eu for
há um punhado de gestos inatingíveis
a verdade silenciosa morrerá em meus olhos
pelas palavras interditas na sublimação
Adriane Lima
Arte by Christian Schloe
Adorei
ResponderExcluirObrigada Elaene,fico feliz que gostes de minha poesia!!!
ExcluirAbraços !!!