Sentidos apurados
O natural é se achar
é se perder
nem sei se isso é simples inspiração
ou se alguém já falou isso
há tantas frases ditas e não feitas
há tantos feitos e não ditos
cansei
Há um abismo em meu peito
um orgulho sem julgos
e uma falta de mãos estendidas
há feridas assopradas
entre meus pés de sonhos
e meus braços escancarados
mas há também os recados
de quem entendeu menos
e enxergou mal
não sei se aceito as boas intenções
ando cansada desse dever
o tempo me ensinou a perder
e a reter com firmeza o humor
mesmo que uns julguem ironia
eu chamo de alegria
o que me resta de fé
tem tanta coisa que não
sinto mais falta
outras tantas nem lembro que existem
talvez essa seja uma declaração
ao cansaço da visão periférica
existo muito além
dessa margem
atravessei desertos
e não miragens
julgamentos que falam
por sí e para quem ?
não há transformação a priori
só peço para morrer
sem que tenha vendas
não suportaria não enxergar
meu parceiro na última dança
Adriane Lima
Arte by Ron Monsma
Dri, essa sua capacidade de falar do duro, daquilo que dói, do lixo, com palavras soberbas, com altivez, e a delicadeza das borboletas...
ResponderExcluirObrigada meu amigo poeta,saber-me assim em poesia me faz feliz,pois os olhos da sensibilidade já nos doem tanto a alma.
ExcluirHá que se ter delicadezas até para lidar com o que dói!!!
Beijos!!!