Entre mares e asas
Vamos abrir o silêncio das palavras
esse ruidoso silêncio interno
lugares habitados por vazios
e banhado por dissonâncias
nada mais tênue que essa
linha imaginária
nada mais tênue que essa
frágil recordação
um segundo e o coração
se descompassa
um segundo e o sonho
se despedaça
um segundo e dor
se estilhaça
e vem o gesto , o movimento
o salto, o arrepio, a centelha
de saber-se viva sob esse
imponente céu de estrelas luzidias
prazeiroso alimento
que mantém a certeza acesa
os mistérios apresentados
a saborosa adivinhação
hoje não admito o sono
da comodidade
o pouco é tudo
que não me cabe
no papel não deixarei recados
o tempo não resiste a eles
estrelas se quebram
ao entrar na atmosfera
uma ponta desse brilho
desfaz-se no silêncio
da madrugada
ouviremos isso
um ponto forte
é reticente no lugar errado
ouviremos isso
há um mundo adormecido
desejando ser acordado
há um manto onírico
em todos os achados
ousaremos
quebrar silêncios
vamos nos encontrar
onde eles se perderam
basta respirar,respirar
e não mais, mudar de ideia
eu?
eu já fui embora por inteiro
Adriane Lima
Arte by Paul Kelley
já foi-se embora, e sempre nos fica, num poema profundo como a vida, ardente como certas vidas, belo como poucas...
ResponderExcluirQue bom saber-me nunca finda entre poemas,esse é o legado deixado em tantas vidas....
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