Laços insones
Hoje adormeci mais despida
do que nunca
enxerguei tantas sobras
abracei tantas sombras
visões de um reinado
hoje distante
entardeci na mesa
de um bar, olhando
meu copo cheio
e minha alma vazia
nunca havia me perguntado
qual o sabor que falta?
qual o gosto que sobra?
a engrenagem vai pulsando
e vamos sendo tragados
saboreando frutos impossíveis
amargando amores risíveis
sufocando até adoecer
na falta de gestos
onde sobram covardias
olhos d'agua
bolsas de sangue
e o que sobra, é o que falta
em veias e artérias
crenças reforçadas
imagens cristalizadas
e o que falta, é o que sobra
entre alma e matéria
laços insones
que me fazem companhia
nessa noite onde dormi nua
... vertendo sangria
Adriane Lima
Arte by Arthur Braginsky
Nenhum comentário:
Postar um comentário