sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Flutuando em fios esparsos





Parei para
ver seus olhos
e mergulhei
de mãos atadas

já  fui exílio
já  fui auxilio
o sal da terra
e o doce do mar

paisagem
que ninguém soube olhar
líquida ou terrena
segui meus desertos
em noites sem luar

o escuro tateado
por estradas passadas
que desperdicei

atalhos e escolhas
tão perto de lugar nenhum
descrente de ajudas
sem escutas, silêncio
e solidão

nas tardes
meias verdades
em noites
me vem os açoites

da janela do coração
 

o que esmagou-me o peito
foi o tal jeito

da fala sem nexo
do vazio sem encanto
das mãos sem disposição

o outro lado da lua
da polaridade escura

onde nunca vou
conseguir me encaixar











Adriane Lima











Arte by Elisa Antufo  



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