segunda-feira, 21 de abril de 2014

Restos mortais







Quero guardar o vento
pote no peito
a sonoras gargalhadas
já não há espanto
só o olhar que se faz eco
e a tudo observa
no silêncio vejo melhor
e permaneço inquieta
velo internamente
esse grito mudo
quase sorriso
em canto de boca

feito asa que liberta
pensamento melancólico
aqui, nesse instante
pouco penar
vários lamentos
por toda fantasia
que rasguei em fim de ciclos
e reafirmei com compostura
a cumplicidade do que vestia
esse poema não fala nada
espreita todo esse silêncio
prestes a explosão que submerge 
e se prende na garganta
saltando aos olhos da desordem
dessa dor absoluta




Adriane Lima 






 Arte by Chernigin Alexey

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