Tudo vem do vento
do vento vem seu perfume
ecoando entre silêncios
a vida nascida em rosas
para enfeitar a morte
e postergar a secura inevitável
tudo vem do ventre
do ventre vem meu ardume
trazido entre palavras ressentidas
que se misturaram ao estrume
de uma paz tão sonhada
que nunca existiu
nesse buquê invisível
entre o que é real
e o que inventamos
existe o fio da história
desde o jardim do Éden
a mulher que escreve versos
sente o sopro dos diálogos
abafados pela mágoa
agora de olhos fechados
alisa a areia do tempo
enquanto toca o mar
e os desenganos
com seus pés de nuvens
Adriane Lima
Arte by Helen Mauren
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