Ele me chamou para
ver o mar
dançar com ele uma
valsa na areia
ser a sereia que o
tempo não desfaz
Aquela que mora no
fim dos versos
dos poetas que
escrevem sob a lua
e trazem o murmúrio
das ondas
nos
cabelos revoltos ao vento
Sendo eu, sereia,
respondi :
- eu te salvo de
mim
não guardes dentro
de ti meu nome
Meus pés cravados em
pedras
não saberiam te
acompanhar
meus olhos insones
secaram
os mares que me
cercavam
Meus ouvidos
fecharam-se
a todos os versos de
amor
que por
mim declamaram
Eu te salvo de mim
e de toda minha
metade mulher
a outra metade
peço-te agora
mate-a
!!!
Como todas as outras
vezes
que me mataste por
inteiro
Depois, degusta-me
feito o peixe
que vem na rede do
pescador
que sai sem temer o
mar e
reza acreditando nos
orixás
Cada pedaço meu,
pulsará em
tuas entranhas e
entenderás o
meu canto : eu te
salvo de mim
Adriane Lima
Arte by Victor Nizovtsev
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