Poema existencial
E eu ali inerte
a olhar a parede que descasca
o mato de cresce absurdamente
as telhas que mofam com as chuvas
o armário cheio de roupas que não servem
e eu ali inerte
a olhar as teias de aranha pelos cantos
as cartas de amor amareladas
as fotos até então guardadas
e eu ali inerte
a olhar as rachaduras sob a escada
a champanhe que aguarda o melhor momento
o espelho que compõe tantos silêncios
e eu ali inerte
tomada por pensamentos inéditos
e desejos de ver o mar
Adriane Lima
Arte by Barney Corteau
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