sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Alongar de asas



Meus abismos
são dores contemporâneas
onde lá na frente me lanço em vão

São olhares que se cruzam
no deserto, eu, oásis em solidão

O meu mais belo sonho
já não existe, foi vivido e
guardado no peito
pela grandeza de outrora

Hoje já não faz sentido
colocá-lo do lado de fora
o mundo se faz evasivo
para quem é sensível

E ninguém está disposto
a sonhar quimeras
projetar amores
ser um sonhador

As minhas mãos
plantam flores, pintam telas e
colocam palavras no papel

Já me basto
meus abismos, eu, os encaro
olhando a xícara do café diário
o que não é nada banal



Adriane Lima










Arte by Amanda Grieve 

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