terça-feira, 20 de março de 2012

De todas as conjugações





Em cada mulher uma verdade
uma vaidade
uma palavra
um paladar

dar-lhe o que
é de direito
se entregar

amar um mar
que existe nelas
abrir janelas
e festejar
 

desesperar-se em verbos
ao conjugar
comer
parir
voar
 

beber a vida
esquecer a morte
se habitar

habituar-se
em ser
em vir
em pousar

meu eu mulher
vai além
do ar
doer
do ir
 

fundir-me
além de ver
tenho o dever
de rasgar o verbo amar
que mora em mim

 

antes de qualquer outro, conjugar...






Adriane Lima








Arte by  Fidel Garcia

2 comentários:

  1. Adorei, realmente a alma feminina é um mar revolto para se conjugar e ser conjugada! Abraço!

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  2. "Em cada mulher uma verdade
    uma vaidade
    uma palavra
    um paladar"
    O início do poema é magnífico.
    E depois continua forte até ao final.
    Querida amiga, parabéns pelo teu excelente poema. Gostei imenso das tuas palavras.
    Beijos.

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