Retrato da Poesia
Cansada ia ela
nua pela vida
despida de certezas
- estas pestes que são mães dos preconceitos
cansada
mas não sem esperança
cansada
mas não sem aliança
muitas vezes julgada
outras tantas apontada
fez da poesia o júbilo maior
entregou-se de corpo e alma
a traduzir as emoções que estão no mundo
enxergando beleza onde só há virtude
palavras onde há quietude
raridade onde tudo é amiúde
nua a poesia assustava
trazia a gula além
das entrelinhas
sozinha aprendeu a cozinhar
aquecer a alma dos frios
senhores feudais
esqueceu ambiguidades
para ser feminina
e pulou o muro
das prisões medievais
agarrando a liberdade
feito substância
fez amor com o poeta
em noites enluaradas
conheceu os segredos
se esvaziou de mitos
dispensou carruagem
pegou lápis multi cores
vestiu-se de amores
esqueceu a primavera em flores
foi ser poesia pura
em plena guerra civil
Adriane Lima / Orlando Bona Filho
Arte by Dino Vallas
Olá , Adri!
ResponderExcluirComo sempre belos poemas.Intervenções de vida aflorando sentimentos, emoções. A poesia por certo a contempla todos os dias e a abençoa com essas reflexões tão tocantes.
Tenho trabalhado bastante, o tempo é escasso. por isso o blog está moroso, mas vive e continua.
Obrigado pelo carinho das suas palavras e pela lembrança. Saiba que sempre a visito aqui para ler seus poemas. Gosto muito do que você escreve.
Abraços
Aureliano.