Somos nós servos das palavras
escravos do tempo
com a bagagem na memória
raízes de nossas histórias
Seguimos :
nas pregas dos dias
os sentimentos
uns calmaria
uns ousadia
alguns tormentos
outros arrependimentos
O silêncio abre a janela do novo
com ele olhamos o enigma
e caminhamos
mesmo que cansados
respiramos fundo
em busca dessa virgindade
sem vertigem
e com coragem
submeto-me ao tempo
ele é meu senhor, bem sei
e quando estou fraca
ele põe poesia em mim
arte que me nasce todos os dias
pelos meus olhos, poros e dedos
a ampulheta me algema
e eu tento ser eu mesma
explicando pouco e
sentindo muito, então, sigo
pelos meus tormentos viajo
com elegância,me dispo do ego
me lavo com as cores do cotidiano
tons matizados do cinza ao rosa
minha alma livre
não conhece essas algemas
o singular do tempo
os sonhos amassados
os verbos não usados
as metafóricas mentiras
o que me pesa
são as fragilidades
os pedaços humanos
que todos nós carregamos
de tempos em tempos
onde todos tem seu preço
Adriane Lima
Arte by Tara Juneau
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