segunda-feira, 4 de junho de 2012

Calada Flor

 
Ardem minhas noites
de razão e desespero
aonde acomodo silêncios
e sufoco os gritos
em meu interior
Não mais os enfeito
arremato as bordas do cotidiano
muitas vezes com ensejos
para disfarçar a dor 
No amor,  fiz muitos planos
salvo alguns enganos
renunciei, não ousei
me despetalei feito flor
Sou tempo desorientado
rasgo palavras em meu favor
hoje faço versos como quem
entra em um frio corredor
Estreita e longínqua luz ...
só no final alço meu voo
"andorinhando" me sinto
fora do bando
fora do prumo
vivo sem rumo  
Vagando busco na poesia
a paz almejada
acolho o que quero e
me perco em desejos
Serpenteio no ar a imaginação
que sutilmente me socorre
que disfarçadamente me ocorre
chamar de intuição
e não, dor de solidão

 
Adriane Lima



  Arte by Alex Alemany 

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