Tem despedidas
que não estão nos olhos
tem despedidas
que não estão nas mãos
tem despedidas
que estão em nós
bem antes da partida
éramos o lago e Narciso
olhávamos os corpos refletidos
no brilho do olhar apaixonado
víamos a vida em poesias
em busca do verso
da rima,da sintonia
iguais em avessos
diferentes em tecidos
arrematados pela distância
entre espaços ou esquinas
cisão repentina
o que pesou ?
um grito de exigência
uma história de carência
ou nunca foi amor
não houve uma palavra
nem escrita nem falada
nem um bilhete sequer
nem uma lembrança deixada
num coração de mulher
ficaram os laços invisíveis
que para sempre permanecerão
morreu a palavra de um poeta
morreram poetas sem as palavras (des) pedidas
Adriane Lima
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