Depois que te vesti
já não coube em mim
a minha própria pele
através de teus olhos
arrebatei a fome oculta
que a muito me aquietava
neste desejo sonoro
permanece a tua voz
em meu íntimo chamado
ao sabor da mansidão
desaprendo o destino
abro asas sobre o tempo
rasgando o chão de ausências
as palavras hoje voam
trazidas pelo vento
onde anseio
epidérmicas formas de encontro
meu querer é reflexivo
guardo o verso
entre a nesga da memória
e meu coração de poeta
sob o instantâneo da tarde
vejo o horizonte sem fim
e sei que não sou exílio
por tudo que habita em mim
Adriane Lima
Arte by Dorina Costras
Nenhum comentário:
Postar um comentário