Acordei no
tempo
dos homens de
carne
andando por
ossos
de ofício e
faces
andei pelas ruas
de almas
sufocadas
apressadas em seu
passos
afeiçoadas a si
mesmas
assistia a vida ao redor
e com minha
alma
cantava
baixinho
o
expressivo
que me
doía
senti
na carne
o que já estava
o que já estava
enterrado no
jardim
embora me
embebedasse
por olhos
famintos
e sem
segredos
um lapso de
pensamento
uma voz ecoando
enquanto sorvia o
ar
sabia-me
oferenda
e aceitava
sê-la
caminhante tenaz
olhando a própria
sombra
contando as
pedras
soltas nas
calçadas
o aroma fresco da
manhã
uma lua
colocada
em pleno
dia
sabia-me lamento e
dor
só meu
corpo
ainda estava
ali
associei a
ele
as pedras soltas e
algumas flores
dadas
ao meu olhar por
cortesia
pouco
adiantava
procurar um
significado
sede e
saciedade
entre
homens
e suas
querências
de nada valia a
fome
que assolava a minha
alma
já nem sei se me restava
algo
além dos olhos
e suas tão distintas
preces
Adriane Lima
Arte by Karol Back
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