segunda-feira, 9 de junho de 2014

Anatomia de um poema


 
Nasceram as letras
fui degustando cada sílaba
mastiguei com todos sentidos
sentindo o cheiro delas
entre os dentes
engoli em seguida
as palavras que não
queria conhecer
a musculatura lisa
jorrou-as esôfago à dentro
e involuntariamente as digeri,
amassadas e misturadas
voltaram em queimação
por refluxo ecoavam
todas as palavras em aflição
restou-me :
fazer versos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
Arte by  Krassimir Kolev

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