Se eu soubesse deste grito
doendo-te a garganta
hoje solto
doendo em
meus ouvidos
como as noites
tão pesadas
onde o corvo
quebrava o silêncio e
assoviava indolente
( angústia e desatinos
até então guardados)
ecoava no tempo
tudo o que ele
não me devolveria mais
e doía na alma
tudo que a menina
me culpara por décadas
agora, num único golpe
vejo um homem
me prendendo
em grilhões
ao dizer
que é amor
o que sente
e que lê
em todas as estrelas
meu nome
- destino ou sorte
vida cortando a carne
e eu, não tenho fome
um rio de mágoas
me engole
na língua a saliva secou
pela espera desse amor
não, não me cobre
Adriane Lima
Arte by David Graux
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