Meu riso naquele dia
era pura estripulia
sensibilidade de menina
ecoando em cada livro
doados pelas mãos da poesia
Meu espanto escondido
entre tantas tristezas sem sentido
escoando pelas vielas do morro
Meu caminhar puro desconcerto
habitando em cada casa do lugar
Hoje já não cantaria
-"o morro não tem vez"
quem ali sobe e vê o Redentor
de braços abertos
ao humano calor de sua gente
sente em cada menino
como um sonho de escritor
que quer cuidar do mundo ao redor
guardar a dor que lhe dói
enquanto olha o céu azul
longe dos olhos de
sua própria imagem de chão
exaltada nos muros coloridos
que retratam a alegria
deste mundo de sonhos
de homens, meninos e de poetas
que sempre continuarão acontecendo ...
Adriane Lima
*Morro Santa Marta / outubro 2014 *
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