Ela costumava me chamar de passarinho
Mas,nunca parara para pensar
sobre o porquê de tal nome.
Até que me descobri uma Andorinha.
Sempre livre em meus voos
buscando meus iguais para fazer verão.
Em bando era mais feliz
rodopiava em balés a céu aberto.
Nas pistas escorregadias da vida
dobrava minhas asas e pausava
antes de novamente acreditar em novos voos.
Pairava sempre em lugares diferentes
pouco almejava além de voar.
Construí ninho, fiz ovos chocarem
e eclodirem duas belas aves
de puro amor maternal.
Dei colo, dei asas e permiti que cada um
fosse dono de seus próprios voos.
Como passarinho tive tudo e
dei tudo em delicadezas e fragilidades.
Abrigo e imensidão era o que eu mais
guardava sob minhas asas.
Poucos homens entendem de pássaros
nasceram egoístas e com sede de chão.
Aprenderam que pássaros merecem gaiolas
pois a liberdade os ofende.
Não nasceram com o coração desarmado
nem instintivamente pássaros.
Não sabem e não querem mudar a direção
necessitam bússolas como proteção.
Ela me entendeu Andorinha,
de fome ampliada, com euforia de ar,
perfumada em penas da mais híbrida
flor de poemas, onde juntas seguimos a mergulhar
num imenso silêncio de afetos
me mostrando que sou pássaro e eu a confirmar
Adriane Lima
Arte by Pat Erickson
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