quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Os fantasmas que me amam


Eu nunca me matei
mas todo dia me mutilo
sangro entre asas e dentes
deito em gérberas e mirtilos

Finjo que estou morta

inerte em pleno abismo
retalho a carne que é fraca
corto as flores na faca

Eu sei o que sinto
meu mundo em pedaços
enfeitado por flores de
estilhaços do que minto

Todo dia insisto
flor de carne
em terra bruta
conjuga solidão comigo




Adriane Lima










Arte by Amy Judd






2 comentários:

  1. Há vidas que são "morreres"...
    Intenso poema.
    bj amg

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    Respostas
    1. Obrigada amiga poeta!!!
      Fico sempre grata com seus comentários e leituras !!!

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