Hoje, faço versos como
quem solta um grito de morte
súbito e dilacerante
arrancado de estrelas tortas
e luas abstratas
Versos onde as flores são cactos
espinhos de má sorte
desejo que me cortem
desejo que me firam
e saia do papel a dor
Traduzidas em palavras,
feridas acesas
num passado tão recente
me dispo de fragilidades
que me consomem
O mundo gira e ninguém nota
e, ao longe a vida tudo devora
tanto o bom ,quanto o ruim
e intensifica em mim
a vontade de ir embora
A noite densa me apavora
e o afago dos que me amaram
ja não me consola
meu rio é feito de lágrimas
que bebo...
salgado orvalho de minhas dores
Quem me garante
que o amor existe ?
e que acima do desânimo
me virá a palavra derradeira...
Adriane Lima
Arte by Maria Amaral
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