Há tantas mortes por ai
rompendo a trajetória
do que seria o certo da vida
nascer, crescer, morrer
entre chegadas e partidas
Levando sonhos entre ventres
e tantas outras despedidas
A curva, o voo, a viagem
procura à cegas, por nostalgia
Há tantas mortes por ai
que viram filosofia
Matar, morrer
morrer, matar
noite e dia
Feridas abertas
olhos fechados
irmandade desigual
Homens zumbis transparentes
pedem no sinal
reluzentes seres, invisíveis
aturam silêncios e desprezos
em sua trajetória de segredos
Matéria primária
realidade amarga de respirar
e ser vazio de repente
ação contrária da natureza e fé
Loucura, maldade
terror e insanidade
Noite vazia, quase profecia
de quem suporta tudo :
estragos, trocos, solidão e miséria
Morte que se faz caminhar a pé...
Adriane Lima
Arte by Ans Markus
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