Poema do tempo
Nunca sei ao certo
o real movimento
se é recuo ou volta
esse eterno tormento
fico atada
aos velhos detalhes
nunca estabelecidos
não sei se vou ou se fico
do que nem poderiam ter sido
as imagens que passam
os silêncios que elevam
as verdades compostas
muitas vezes trazidas
pela poeira do tempo
migalhas de meia lua
em mim assim flutuam
me deixando inteira
com gosto de lua cheia
escrevo no vidro da sala
sob a embaçada porta
versos que eram tão meus
verdades que foram mortas
histórias que eram compostas
palavras que escoavam
sem ter quem as contivesse
doce loucura em vão
talvez isso explique o vazio
da solidão e do frio
daqueles que não se prendem
em rótulos
Adriane Lima
Arte by Jean Paul Avisse
Poema do tempo Belas palavras prendeu minha atenção
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