Pássaro, que me doaste as penas
para que minha dor
fosse a de
pássaro
pássaro, de emplumado luto
me lancei em céu sem voo
fui semente de música
plantada em solo surdo
notas embrulhadas
em papel de pão
das migalhas que me doava
era esperar o anoitecer
para me ver morrer
sem teu canto
pássaro do tempo
onde os pés eu fixava
tempo onde o amor
que me mostrava
era terno e me encantava
pássaro
arranquei minha penas
fiz delas um cocar
fiz delas um cocar
um véu de tristezas
por nós a rondar
pássaro, me escute :
por nós a rondar
pássaro, me escute :
pode ser que tudo
mude
a poesia pese
a poesia pese
os sentimentos
voem
eternamente
além das palavras
ouvirei o teu cantar
Adriane Lima
Adriane Lima
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