quarta-feira, 11 de abril de 2012

Réquiem de um sonho




A noite para mim é um deserto
enquanto a vida dorme
faz-se em mim um silêncio enorme
então, não sei quem sou

De minhas visões saem anjos

e por momentos , cinzentos
asas quebradas pela dor
quarto crescente da lua vaga
em céu silente e sem calor

Envolvida , minha mente

manifesta renitente
o que o vento me murmura
e o que o tempo transfigura

Percebo que os vivos

estão mortos
é meu réquiem de sepultura
para os mortos que estão vivos
sendo a raiz dessa amargura

Crio o funeral de um sonho

envolta em nostalgia
matando minhas visões
acordada, sou poesia

Morte e vida seguem unidas

feito irmãs siamesas
e nisso sinto a magia


Ouço Mozart ao nascer do dia...


Adri Lima


 
 
( Imagem Yannick Bouchard )

2 comentários:

  1. Para os iluminados não existe escuridão.
    Não distinguem a noite do dia
    Já os poetas pensam
    Que podem encontrar a LUZ na Poesia.

    O mais importante de tudo isso
    É que ambos acreditam na LUZ
    E tem plena consciência
    Dos benefícios que ela produz.

    Os poetas se energizam
    Com música no seu dia a dia
    já os iluminados tem a natureza
    Como sinfonia.

    Mas o Poeta-iluminado
    Não faz caso da dicotomia
    Pois seu Universo é fantástico
    E recheado de magia.

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  2. Adri,

    "Mozart ao nascer do dia" arrebata um sonho e permite a visão dos anjos no deserto.

    Lindo!
    Lu

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