que intra-muros nos
delimitam
espaços cortados de
pluralidades
por ruídos
entendemos
estar vivas em nossas
particularidades
Às sete horas, chega
diariamente
às dezesseis, a ouço
fechar janelas
e nesse intervalo de
tempo
sei que lá
dentro
encontra-se ela....
A empregada da
vizinha
que lá fica sozinha
o dia
inteiro
lava,esfrega,aspira,
canta,
cozinha
do lado de cá posso
ouvi-la
Imagino-a de um
jeito todo meu
como ela também deve
me imaginar
Como será
que ela me imagina?
será que pelas
músicas que ouço ?
pelo silêncio que
faço?
por conversar com meu
cachorro?
ou pelo fato de me
ver
tão só quanto ela
?
Cada uma em seu
espaço
cada uma no seu
corre-corre
dessa vida
moderna
ela,sai cedo de sua
casa
para arrumar
outra
que nem é
dela
Todos os
dias
do outro lado do
muro
está alguém que não
vejo
seu barulho está em
toda parte
e através dele, eu
construo
minha visão de poesia
Adriane Lima
Arte by Eric Montoya
Muito boa sua poesia Adriane, gostei... Muito agradável de se ler... E por detrás do muro os personagens são os da nossa imaginação!!!!
ResponderExcluirGostei também, e imagino que a comunicação pode ser feita até mesmo por sinais de fumaça, que continuará sendo comunicação. Que vizinhos comuniquem-se como Deus permitir.Ele é sábio e edificará todos os lares.
ResponderExcluirLar doces lares...