quinta-feira, 24 de maio de 2012

Poema essencial



Escrever não é arte
é um pacto de sangue
que fiz com as letras
com versos coloridos
e sem sentido

É o que trago hoje comigo
poesia vã, inglória
sem significados
sem dor e sem recados
que possam me revelar

Hoje ela soa mecânica
apenas ato
fato esse que não aceito
então ela me dói a alma
me trava os dentes

Assim como a arte
que faço em minhas tardes
também me soa mecânica

movimentos repetitivos
como repetitiva ficou a vida

Que me dói os ossos
e não me libera as mãos
mesmo que não saia a escrita
o que guardo é o que grita

Todo ato perdeu o sentido, é fato
e a poesia se eternizou em mim

 
 
 
 
Adriane Lima  
 
 
 
 
  Arte by Miroslav Yotov

3 comentários:

  1. Inspiradíssimo e pungente... Como tudo que escreve!! Abraço.

    Ah... perdão... Sou eu Adilson, face friend... rs

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    Respostas
    1. Obrigada Adilson, fiquei feliz com sua visita em meu blog!!!

      Abraços!!!

      Volte sempre!!!

      Excluir
  2. Olá, Adri!

    Este texto é bem o que se sente quando se escreve, a poesia é puro sentimento , muitas vezes desconexos, muitas vezes não entendidos, outras nos tocam, e movem nossas interpretações para o interior do poeta. Mas o que conta responde o último verso: "A poesia se eternizou em mim."
    Abraço, esteja bem.

    Aureliano.

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