terça-feira, 14 de maio de 2013
Branca Solidão
Hoje minha poesia se desnuda
retira as rendas leves e enfeitadas das palavras
e da-lhe um peso de móvel antigo
colocado no ambiente apenas por herança
como o simbólico espanto daquele que adentra o cômodo
e não vê os pés delicados que segura o móvel
ante total desequilibrio de olhares
encontro o esquecimento guardado em verbos
pouco conjugados
mundanas interpretações
servem de colcha sobreposta
a tênue visão do belo
tal qual os amores sem sentido
que veem no corpo inerte apenas a carne
onde há resquícios de vazios impenetráveis
diante a nódoa amarelada da visão do tempo
o que há em mim de imobilidade
que de pés leves sobrou tão pouco
o que há em mim assim guardado
que deixei o sonho escapar pela noite à dentro ...
Adriane Lima
Imagem retirada da net
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