terça-feira, 7 de maio de 2013

Frias palavras




Mordi a borda Escandinava do poema
sim, ele me lembrava os países frios
do velho mundo.


Era a Finlândia de meu despertar noturno.
A insônia presente no mais puro roer de
unhas, quando se está ansioso.


Encarei o meu saber duvidoso
unido ao colorido da empáfia
e travestido do mais
deselegante gesto de soberba
que me mantinha acordada


Demorei, mas cuspi a insônia
sustentei as palavras que moravam
em meu olhar, e que pairavam diante
do caderno em que rabiscava em círculos
sensações já pressentidas


Sonolentos silêncios que trocamos
foram suficientes para que eu entendesse


Ficou tudo tão claro e frio
por permitirmos que a lisura da poesia
tomasse conta daquilo que nós
deveríamos ter cuidado.


O meu poema transpirava palavras
algumas bem antigas e insistentes
chamadas pelo egoísmo visceral
que nitidamente me observava


Vinha do Alasca provavelmente tanta frieza ...






Adriane Lima







 Arte by Tina Spratt

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