segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Anjos e corças

 
 
 
Minha poética
está morta
sem desejos
poeira de passagens
entre amores
vazios e omissos
 
lembranças vãs 
engaioladas
na árvore da vida
 
a alma grita
esfacelada
não há asas
entre vísceras
 
existem almas próximas
e infrutíferas
a brevidade é a carne
e volátil é o desejo
 
não ouse o sonho
erga-te sem Dédalo
sem Ícaro
 
 não há sol
que leve ao esquecimento
nem horizonte que
traga um cais seguro
 
tateie estrelas por intuição 
já que seus pés
cansaram de sonhar
um futuro com
pássaros livres
e homens reféns de
ávidos heroísmos
 
 
 
 
 
Adriane Lima 
 
 
 
 
 
Arte by Istvan Sandorff

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