Minha poética
está morta
sem desejos
poeira de passagens
entre amores
vazios e omissos
lembranças vãs
engaioladas
na árvore da vida
a alma grita
esfacelada
não há asas
entre vísceras
existem almas próximas
e infrutíferas
a brevidade é a carne
e volátil é o desejo
não ouse o sonho
erga-te sem Dédalo
sem Ícaro
não há sol
que leve ao esquecimento
nem horizonte que
traga um cais seguro
tateie estrelas por intuição
já que seus pés
cansaram de sonhar
um futuro com
pássaros livres
e homens reféns de
ávidos heroísmos
Adriane Lima
Arte by Istvan Sandorff
Nenhum comentário:
Postar um comentário