A solidão traz na luz da
noite
vagarosas lembranças
do que foi grande, do que foi
pequeno
enlaço-me entre a insônia e
o travesseiro, na ânsia de
agarrar o que não tem tamanho
e
por isso foi perdido.
o tempo em que não pude
sentar-me ao seu lado, ser a
dona
de tuas fantasias mais puras e
por
elas minimizar teus
fantasmas
há em meus dias o peso e
não culpa, de não ter me
agarrado em teus braços e pernas
como um animal que arrasta a cria.
sejam adversos a dor
cúmplices da saudade
da infância, do pranto
submerso
também de minha inocência
não sei se a vida nos dará
tempo
de inverter papéis de mãe e
filha
e entender que ontem é
destino
e eu também era uma criança
repleta de desamparo e fantasias
Adriane Lima
Arte by Daryl Zang
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