segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Colecionadora de rastros

 
 
 
 
A solidão traz na luz da noite
vagarosas lembranças
do que foi grande, do que foi pequeno
 
enlaço-me entre a insônia e
o travesseiro, na ânsia de
agarrar o que não tem tamanho e
por isso foi perdido.
 
o tempo em que não pude
sentar-me ao seu lado, ser a dona
de tuas fantasias mais puras e por
elas minimizar teus fantasmas
 
há em meus dias o peso e
não culpa, de não ter me
agarrado em teus braços e pernas
como um animal que arrasta a cria.
 
talvez hoje, meus versos
sejam adversos a dor
cúmplices da saudade
da infância, do pranto submerso
também de minha inocência
 
não sei se a vida nos dará tempo
de inverter papéis de mãe e filha
e entender que ontem é destino
e eu também era uma criança
repleta de desamparo e fantasias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arte by Daryl Zang  

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