sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A flor que a chuva levou



Adentro em sopros
a boca da tarde
sem culpas
piso descalça
a flor do poema

Matinal é a dor
da beleza
que mora no silêncio
da chuva que antecipa
o voo do passarinho

Seco as gotas
da vidraça
num infinito
desassossego

O cinza do dia é apelo
para a solidão escarlate
que inunda meus poros

Sei que estou viva
só preciso viver
o avesso de minha essência







Adriane Lima





Arte by Jindra Noewi


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