Verbal...mente
Quero dizer qualquer coisa
extrair a fórceps
gritar bem forte
ousar minha voz
provocar dor é sorte
Tatuar-me sem piedade
arranhar a pele viva a navalha
pergaminho de maldades
dos ferimentos que vieram com a vida
porque dor maior é a saudade
ferida que não se cicatriza
E assim corre a vida
mel e fel
na veia
peso nos ombros
e na piedade o verbo: respiro
e na vontade o verbo: hiberno
fecho os olhos
entre silêncio e desassossego
versos faço ao inimigo
lânguida flor da permanência
do que estancado vive comigo
e na palavra o verbo: viver
quase que por instinto
e no instinto o verbo : morrer
quase que permitido
Adriane Lima
Arte by Marina Podgaevskaya
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