quinta-feira, 20 de março de 2014
Sob a tenda dos milagres
Tudo que hoje me veste
e ao mesmo tempo me despe
vem da essência ilusória
do circo mundano
a qual sobrevivi
da amargura de Sartre
da simplicidade de Coralina
da mudez vibrante de Chaplin
da imensidão de Beethoven
da alegria de um Kandinsky
de um abismo Lispectoriano
da loucura de um Bosch
da harmonia de Bach
sou alegre porque vejo beleza
sou triste porque vejo efemeridade
minha alma se faz presente
mesmo vestida de ausências
eu não penso na existência
eu sinto ,
o que me toca
me acariciam os dias
me engrandecem as faltas
há muito abri as asas
e as janelas da alma
sou leveza e escolhas
quero tudo que possa
ser vivido com intensidade
e tudo que for pesar e não
puder ser resolvido
que passe como Andante de Mozart
irretocável e marcante
que fique a ternura que se fez ofício
nesse exercício diário do coração
de eterna figurante
Adriane Lima
Arte by Amy Lind
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Tuas palavras versam de modo pertinente.
ResponderExcluirNa ausência há existência.
A resistência prostituta vive à francesa.
A grande ironia do grão da fala
nenhuma poesia declara.
Ser nada é ser tudo, em tudo o q há...
Apenas a sua leitura é obrigatória...
Obrigada Américo,por sempre fazer de minha poesia um olhar,um questionamento e assim me fazer acreditar que as trocas poéticas sempre nos engrandecem.
ExcluirHá poetas que do nada se acham tudo e quem perde é sempre a poesia !!!
Grata
(Sempre vou ao seu blog,admiro muito sua escrita)