Numa guerra sistêmica
entre a paixão e o desejo
em nossos corpos, arde o perfume
e te proponho o doce embate
no enigmático cair da tarde
eu abro os braços
você neles mergulha
eu roço sua nuca
com a ponta dos dedos
você se vira doando a boca
eu escorrego pelo seu corpo
você me puxa pelos cabelos
eu inauguro nosso lençol
você me cobre de beijos
eu faço estradas pelo seu corpo
você cavalga em meus precipícios
um sistema para abrigar outro sistema
assim, entregamos nossas reservas
com as palavras do silêncio
num leve e traz de corpo e pele
carne e sonho se incendeiam
águas incontroláveis, vão se encontrando
entre sal, saliva e suor
como quem toca o inesperado
deciframos os códigos sagrados
dessa guerra que não foi feita para ser vencida
Adriane Lima
Arte by Michael O'Neal
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