Nas frestas das manhãs
colho os dias sem sentido
labirinto esse, que sigo
para encontrar saídas
vivendo mortes diárias
uma vida sedentária
de se estar sempre perdida
estrangeira de meu útero
não sou a de outrora
aqui dentro ou fora
a imagem no espelho
me devolve todo dia
o que internamente já sabia
tempo de fragilidades
riscos na pele, suturas
alma enternecida
sem roteiros previsíveis
sem poder saciar a fome
das verdades que gritaria
é um tempo, dentro do tempo
um dia depois de outro
em uma manhã depois da outra
e a rosa de meus dias
sucumbe em poesias
Adriane Lima
Art by Aykut Aydogdu
Adriane Lima
Art by Aykut Aydogdu
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