domingo, 6 de novembro de 2011

O olhar da alma



Meus olhos hoje são
janelas de penumbra
da alma consternada
da vida já cansada 
Refletem paisagens vazias
de cores sem alegrias

Exaustos da força e da magia
que antes havia
do que eu pude acreditar

Meus olhos hoje molhados
parecem bromélias
retendo águas
dentro de sí

Meus olhos hoje vidrados
feito bolas de gude que rolam
rentes ao solo
onde afloram as
desesperanças

Meus olhos já foram
doce visão de infância
casas que guardavam
constâncias de meus ancestrais

Hoje só retém do instante
as alternâncias
de um vai e vem
um abrir e  fechar 
E nesse piscar
em busca de luzes
são olhos que pedem
olhar um Deus
visão de paz 
Meus olhos que falam
por si e nada mais

 
 
 
 
Adriane Lima
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