segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Poema pagão




Mais uma vez eu o brinquedinho
mais uma vez em tuas mãos
mais uma vez destruída

Não chega?


O que desejas de mim?
Se há um Deus
e há de haver
que ele veja onde
me deixou...

Haverá sempre uma saída?
eu aqui nessa estrada
passageira ou condenada
Não sei ainda.

Desassossego é sempre
esse assombro
cair,ficar em escombros
e de novo
de novo me reerguer

Se você me vê,olha aqui
em baixo, bem de frente
ao meu cansaço

Sou valente por dentro
me derreto em dor
mas ando cansada de
ajoelhar por injustiças

Padecer entre tantos
contratempos
ainda existe uma fé
que me leva a ti

Só não me peça
algo que nunca entendi
oferecer a outra face
a quem nunca ofendi

 
Adriane Lima




Arte by  Ricardo Celma

Versos perdidos


Não lembro :

se perdi meu verso na esquina
na gaveta ou entre travesseiros

fiz ele entre lapsos,memórias
lágrimas de uma história
e um coração doído

vai ver que foi melhor assim

ficar perdido,entre a solidão
desses dias em desalinho
onde festas perdem o brilho
e os gestos são em vão

deixarei quieto o poema

versos perdidos
são presentes ao infinito
faço esse acordo e entendo :

que as palavras tem vontades

 
 
 
 
 
 Adriane Lima





 


Arte by  Pat Erickson 
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