terça-feira, 8 de abril de 2014

Tempo em destinos

 
 
 
 Por palavras semelhantes
estaríamos resolvidos
Por gestos de afinidades
estaríamos tão em paz
palavras foram esgrimas
espadas na decisão
hoje lago tranquilo
e peito em devastação
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
Arte by Kai McCall

O que nos estremece



Onde anda o amor?
não sei
 
nem a dor
quero com ela
me encontrar
a luz dos olhos
nos olhos do amor mirar
 
é muito anseio
carência de verbos
palavras já conhecidas
tão mal conjugadas
 
saber do amor
quem saberá?
 
vesti o cobertor
do destino
senti o que
não me coibiria
 
à margem do incêndio
em noite de estrelas
não, eu não perguntei
 
se era vodka ou gim
o hálito sedutor
que o amor jogara
sobre mim
 
não, o amor não me perguntou
 
se era mesmo de fato
os arranhões pelo meu corpo
de outro amor
ou era do meu gato
 
não houveram perguntas
houveram os fatos
meu desejo e o dele
falaram mais alto
 
Ah, o amor
teu corpo homem
teu membro eu falo
meu corpo mulher
meu membro eu calo
 
feito peixes em aquário
enfeitamos aquele quarto
e tudo mais virou cenário

Adriane Lima
Arte by Rob Hefferan 

Solidão compartilhada

 
 
 
 
É inábil
ser pessoa
peço ser
a dança
e me embalo
em colo fúnebre
e a dor meço
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
Arte by  Ramiro Ramirez Cardona
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