quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Verso Avesso
Vejo-me nua
na rua de teus versos
e estou à sombra
na rua de teus versos
e estou à sombra
de tua obra in natura
onde gozas o mel
onde gozas o mel
de tua poesia em minha boca
existencial me tornei
com os teus gestos
são os meus sentidos aflorados
que me dizem que eu existo
que me dizem que eu existo
mas, não você
o resto de mim
é o que a poesia não diz
nem me fala
nem me propõe
é o que a poesia não diz
nem me fala
nem me propõe
aprendi a colecionar silêncios
entre uma estrofe e outra
entre uma estrofe e outra
um dia há de ver
que entre adjetivos soltos
estou eu presa
entre as linhas descompassadas
do que não me escreves
perdoo teu silêncio em letras
e alguns verbos não conjugados
e alguns verbos não conjugados
que balançam feito pêndulo
em minhas horas mortas
em minhas horas mortas
onde não há necessidade
de se dizer nada
apenas profanar
de se dizer nada
apenas profanar
as luas que já passaram a tua espera
Adriane Lima
Felina
Sou territorial
felina feito um caracal
protejo os que amo
com propriedade
e não faço por maldade
Vou falando o que sinto
isso é meu instinto
não poupo,não minto
mas nem sempre isso agrada
Minha transparência e proteção
às vezes mal interpretada
pareço mais um leão
se não me dão satisfação
Sou territorial
demarco os que eu amo
e meus espaços delimito
para aqueles nos quais não me engano
Não gosto de quem se esconde feito ave de rapina
com esses eu viro loba e pulo bem em cima
não gosto de quem chega manso feito serpente
com esses eu viro leoa e defendo minha gente
Sou territorial
meu lado manso é felino
dócil animal em meu destino
Adriane Lima
Imagem : Andrius Kovalinas
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